Resenha: "Um Trono Negro", de Kendare Blake

  Editora: Porto Editora

  Autor: Kendare Blake

  Edição: 1

  Número de páginas: 368

Sobre a autora

Apesar de ter nascido na Coreia do Sul, Kendare Blake cresceu no Minesotta, e chegou mesmo a estudar em Londres. Após o seu Master em Escrita Criativa, a autora publicou diversos best-sellers, dos quais se destaca “Anna Vestida de Sangue”.

A obra

Olá a todos!! :)

Acabei mesmo agora de ler “Um Trono Negro” e só me apetece gritar! As coisas pareciam estar minimamente a organizar-se e, de repente… Pum! Estamos novamente no caos. Um caos muitos mais escuro e perigoso do que em qualquer altura da série até agora.

Mas, bem, comecemos pela história base da série. Tudo se passa na obscura ilha de Fennbirn, cada rainha concebe três filhas, enviadas pela Deusa. Três filhas que têm poderes especiais e são criadas pelas três fações da população, cada uma pela que detém o seu poder, de forma a que o possam desenvolver para a altura em que terão de se matar umas às outras para ocuparem o trono e tornarem o seu povo próspero e poderoso por uma geração inteira.

Após a Cerimónia de Beltane, que abre este ano de matança, ter terminado de forma tão inesperada e sangrenta no final do livro anterior, as rainhas estão prontas para o confronto. E mais determinadas do que nunca. Preparadas para matar sem hesitações. Qual delas terá a primeira oportunidade?

Bem, este livro foi, sem dúvida, melhor do que o primeiro! Entre os dois, existiu uma evolução mais do que positiva, tendo a autora inclusivamente corrigido um conjunto de falhas que me incomodaram ao longo do primeiro volume.

Desde logo, a introdução na história foi muito mais fácil. Sim, eu sei que agora já conhecia o mundo e grande parte das personagens, mas, seja como for, é perfeitamente possível notar um cuidado da parte da autora na quantidade de nova informação que introduzia, bem como na sua concentração.

Se antes eu tinha afirmado que faltava escuridão à história, pelo que a premissa pedia e pelo que o próprio Marketing prometia, acho mesmo que agora entrámos num tom mais apetecível para os leitores que se cativaram pela história em si. Temos mesmo uma dimensão psicológica ligeiramente mais interessante, ainda que, obviamente, sempre tendo em conta o público-alvo a que se destina o livro.

(Não fica incrível este efeito com os dois livros??)

Talvez pelo facto de ter começado já conhecendo algumas das personagens, envolvi-me mais nos seus problemas e consegui vibrar ao longo de toda a história. Contudo, tenho a sensação de que não tanto como se tivesse uns 17 anos. Apesar disso, todos os problemas e as cenas de jogos de poder também são capazes de alimentar mais ainda o leitor adulto.

Adorei as mudanças de presença e personalidade das personagens em resultado do que sofreram no final da última história. De qualquer forma, sinto que a profundidade das personagens poderia ainda ser muito melhor trabalhada. E talvez seja mesmo isso que faz alguns dos momentos do livro não serem tão realistas quanto isso, meramente pela dimensão humana não ser suficientemente aprofundada, apesar de as sensações nos serem contadas e de as conseguirmos perceber totalmente. Já o restante mundo (não obstante a margem de exploração, como todos os universos que o permitem) está construído de uma forma única e francamente interessante. É absolutamente intuitivo para o leitor perceber e sentir a história a mover-se no meio dos seus constrangimentos de leis, costumes e formas de pensar.

Para finalizar, deixem-me dizer que até o próprio ritmo conheceu melhorias! Os capítulos tornaram-se mais curtos e objetivos, e o crescendo foi notório, sem nunca lamentarmos falta de avanços na narrativa. Nem mesmo de momentos de suspense e que nos tiram o chão. Enfim, se já tinha gostado da leitura do primeiro livro, então esta foi simplesmente incrível! Mal posso esperar pela publicação do próximo volume!

Boas leituras!! ;)

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